quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pessoas Que Não Sentem Dor


Parece coisa de filmes de ficção ou das histórias em quadrinhos mais isso existe, a Insensibilidade congênita à dor é uma condição rara na qual uma criança não tem possibilidade de sentir a dor física. Não há nenhuma anormalidade física detectável. Estas crianças sofrem frequentemente seja danos na cavidade oral e em torno da cavidade oral (por mordidas na ponta da língua) ou seja por fraturas ósseas. 
As infecções e os danos corneais podem estar presentes também. Porque a criança não pode sentir a dor, não há ajuda, tendo assim um risco mais elevado que as doenças se tornem mais severas.

Em algumas pessoas com esta doença, pode haver um retardamento mental ligeiro, assim como um reflexo corneal danificado.
A produção aumentada das endorfinas no cérebro pode ser um dos motivos desta condição,no entanto, essa é uma hipótese pouco provável, que vem sendo descartada em novas pesquisas. Se o problema fosse realmente gerado por uma produção exagerada de endorfina, bastaria dar naloxona (uma substância que bloqueia a endorfina e outros anestésicos, como heroína e morfina), para anular os efeitos da endorfina em excesso.
Estudos mais recentes concluíram que o problema é genético, atacando homens e mulheres na mesma proporção. Ainda segundo as novas pesquisas,o mal surge devido a mutações em um gene, que acabam por afetar o Nav1.7,uma espécie de canal eletroquímico que liga os chamados nervos periféricos ao sistema nervoso central. Desta maneira, embora o "sinal de dor" seja emitido, não chega ao cérebro. Essa condição é de alto risco, uma vez que o objetivo dar dor é dar um aviso ao organismo de que algo está errado.
Casos tristes relacionados a ela são comuns, como a de exploração de um garoto de 8 anos dentro de um circo no México. A média de vida dessas pessoas é de somente 20 anos.

Há geralmente dois tipos:
  • a insensibilidade à dor significa que o estímulo doloroso não foi percebido. O paciente não pode descrever a intensidade ou o tipo de dor.
  • a indiferença à dor significa que o paciente pode perceber o estímulo doloroso, mas falta uma resposta apropriada: não reagem ou recuam quando expostos à dor.

Então, como funciona não sentir dor? Primeiro, vamos aprender um pouco mais sobre o sistema nervoso. O sistema nervoso é formado pelo cérebro, nervos cranianos, medula espinhal, nervos espinhais e outras partes, como gânglios e receptores sensorais.

Os nervos são os que carregam as mensagens do corpo à espinha e esta leva as mensagens ao cérebro. Se cortar o dedo, os receptores no dedo enviam uma mensagem de dor, através dos nervos, ao cérebro.

Os nervos periféricos são importantes à sensação de dor. Eles terminam nos receptores que sentem o toque, a pressão e a temperatura. Alguns deles terminam nos nociceptores, que sentem a dor. Os nociceptores enviam mensagens de dor em impulsos elétricos, ao longo dos nervos periféricos, que percorrem a espinha e chegam ao cérebro. Os axônios do nociceptor geralmente são amielínicos, o que significa que são lentos. A mielina é uma camada isolante que se forma ao redor dos nervos e auxilia na condução dos impulsos - quanto mais mielina, mais rápida será a mensagem. Os axônios que conduzem as mensagens de dor dos nociceptores podem ser mielínicos ou amielínicos, o que significa que essas mensagens podem viajar rápida ou lentamente. O caminho que a mensagem percorre depende do tipo de dor - a dor forte percorre o caminho rápido, enquanto a dor mais fraca percorre o mais lento.

Esse processo não ocorre nas pessoas com CIPA. Estudos mostraram que a condução do nervo nos portadores de CIPA parece ser perfeita, logo, a mensagem não está se perdendo. Outros estudos revelaram uma diminuição ou ausência de fibras nervosas - amielínicas e mielínicas. Sem essas fibras nervosas, o corpo e o cérebro não conseguem se comunicar. As mensagens de dor não chegam ao cérebro porque ninguém as está enviando.

As pessoas com CIPA também não possuem inervação na epiderme e nas glândulas sudoríparas écrinas. Há dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas. As glândulas sudoríparas écrinas estão distribuídas por todo o corpo e são usadas para regular a temperatura. Como não existem nervos na pele e nas glândulas sudoríparas, o corpo e o cérebro não conseguem se comunicar, resultando na anidrose.

A CIPA não possui um padrão clínico uniforme. Por exemplo, a maioria das pessoas com CIPA tem alguma forma de retardamento mental - mas isso não é regra. Em alguns pacientes o problema pode ser sério e em outros moderado.

Conheça a história de dois irmãos que não sentem dor:


Fontes: Wikipédia / vontadesdosubconsciente / jornaldaciencia

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