sábado, 24 de julho de 2010

Os Mistérios do Swing


ATENÇÃO: ESTE CONTEÚDO POSSUI TEOR SEXUAL E É IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS.
Em inglês, swing. Em português, suingue. No dicionário, relações sexuais entre dois ou mais casais. Na internet, endereços de várias boates para casais em que a troca rola de acordo com o desejo dos presentes. Há pessoas que têm horror à idéia. Outras fantasiam que estão fazendo swing, mas não contam para ninguém. Enquanto isso, muitas assumem seus desejos e os riscos de concretizá-los. Foi com elas, praticantes de swing ou, como se diz, swingers, que conversamos para escrever esta matéria.
Só para olhar

Você nem desconfia, mas pode ser que no seu grupo de amigos tenha um casal ou dois que já tenha ido a uma casa de swing. Algumas pessoas curtem o swing e não têm vergonha de assumir. É o caso da Deborah Biel e do Moreno 46, que são casados e costumam freqüentar casas de swing. "Eu e meu marido vamos sempre a casas de swing. É bem excitante, mas vamos só pra olhar mesmo", conta.

Ela desmitifica a impressão de que todo mundo que vai a uma boate para casais tem que transar com outras pessoas: "Por enquanto só vamos para assistir e transar um com o outro no mesmo ambiente que outro casal, sem trocas", diz Deborah, que já sentiu vontade de fazer sexo com outro casal, mas o marido ainda não deu o aval. "Eu e minha mulher estamos curtindo muito. Admito que sinto muito tesão em transar com ela sabendo que estão vendo nossas taras, desejos e, acima de tudo, o tesão que temos um pelo outro", revela Moreno 46. Ele não exclui a possibilidade de fazer troca de casais. "Sei que me daria muito tesão vê-la com outro e estando eu com outra, lógico. Isso sem perder o respeito que nós temos. Na hora certa vai rolar", acredita.

Muito mais íntimos

Muitas pessoas que já fizeram swing garantem que, depois da experiência e da realização das suas fantasias mais íntimas, a intimidade do casal cresceu muito. Foi assim com Fernandão 41 que contou como foi a entrada no swing com sua parceira. "Primeiro fizemos um swing propriamente dito para que nenhum dos dois se sentisse em desvantagem. Afinal, tínhamos nossas inseguranças e nada melhor que o equilíbrio da situação", revela ele, que em seguida experimentou ménage tanto masculino quanto feminino.

"Foi ótimo. Meu tesão nunca ficou tão em alta, parece que eu pensava em sexo o dia inteiro", afirma, dizendo que a época foi o auge do relacionamento. "A relação acabou algum tempo depois por outros motivos. Enquanto durou, este foi um grande fator de união e aumento da cumplicidade entre nós", conta ele, que recomenda que todos os casais passem por essa experiência. E aconselha: "Antes conversem bastante e estabeleçam limites para não se arrepender depois. Não esqueçam que a realidade não tem volta e as imagens que vocês viverem ficarão para sempre na mente dos dois", diz. 

A Morena rosa 69 concorda com Fernandão. Para ela, o swing é uma forma de aproximar o casal e manter a chama acesa. "Com toda certeza, o relacionamento de vocês vai passar por uma transformação. Vocês ficarão mais cúmplices, mais apaixonados e com certeza com mais tesão", garante. Ela diz que sua mente abriu após a experiência. "Antes de freqüentar, eu tinha uma mentalidade completamente diferente do que seria um swing e hoje posso afirmar: é algo mágico e excitante", afirma ela que está adorando o que chama de fase swingueira. "Meu namorado está cada dia mais apaixonado pela minha ousadia", diz.

Cuidado: emoções intensas

Segundo Giovanna Lucchesi, psicóloga e terapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade, com a divulgação crescente na mídia, a proliferação das chamadas boates de casais e informações na internet, o swing vem despertando curiosidades. Muitas vezes um casal procura o swing como um recurso para diversificar suas práticas sexuais. "Outra possibilidade é o casal procurar o swing com a crença de que essa experiência possa melhorar as relações entre eles", explica a psicóloga, salientando, entretanto, que o swing pode não ser o caminho mais adequado para apimentar a relação. "A experiência pode provocar diversas emoções como ciúme, medo e angústia, não sendo um facilitador da adequação sexual e afetiva do casal e sim mais um agente estressor desta relação", alerta.

É difícil estabelecer um perfil do swinger, mas sabe-se que eles se tornam amigos e formam comunidades. "Os praticantes têm o swing como um estilo de vida, construindo comunidades e locais próprios para a pratica da troca de casais", lembra Giovanna.
Quando um não quer...

Se apenas você ou só o seu par está a fim de conhecer uma casa de swing, nada feito. A psicóloga Giovanna Lucchesi esclarece que esta deve ser uma decisão tomada pelos dois. "É adequado que haja uma aceitação mútua do casal e que a busca pela experiência não seja só para saciar a necessidade de um dos envolvidos na relação", afirma ela, sinalizando a importância de combinar tim-tim por tim-tim tudo o que vai acontecer. "É importante muita conversa e que os parceiros compreendam as limitações e as necessidades de cada um", conclui.

2 comentários: