domingo, 11 de abril de 2010

Crônicas de um final de semana...


O telefone toca…
Não tenho vontade de atender. Até mesmo porque terei que levantar… A essa hora não é nada importante. É, acho que desistiram. Cinco minutos e o tri-ni-nim novamente. Por Deus, já não disse que não vou anteder! Não leva um minuto e toca de novo. Alguém morreu? Senão, deve estar mal, pela insistência do infeliz. Vamos ver o que é!
Saio da minha cama quente, deixo o meu edredon,coloco minha pantufa e caminho… O celular ao lado da TV.
_ Oi. Quem? Ah, e aí cara, pode falar. Sério? Ah não… Estou cansado, tô sem dinheiro também. Aqui na frente? Tá me zuando?
Escuto baterem palmas,os cachorros latem. O Infeliz estava mesmo aqui na frente. A vontade de deixá-lo “mofando” e não atender a porta passa pela cabeça… Mas duvido que ele desista.
_ Vamos logo cara, senão vou ficar aqui a noite toda! _ Gritou lá da frente. Ah, já levantei, que mal faz? Afinal, preciso mesmo sair de casa. Vou, fico pouco, arrumo um motivo e volto cedo.
O T. sabe que se tivesse combinado antes eu arrumaria um motivo de última hora para não poder ir. Mas por que será? Quanta falta-de-vontade-de-viver ultimamente… Uma hora o mundo esquece que existo.
_ É aqui?
_ É.
_ Hum.
_ Hummm o quê?
_ Hum nada!
_ …
_ Bem… Sei lá, você sabe que não gosto muito desse estilo de música, mais tem bastante gente eu penso, música alta,bom…
_ Confie em mim cara! Já te deixei em furada?
_ É para responder?
_ Não. Mas dessa vez é sério, só tem gata nesse lugar, você só sai daqui sozinho se for muito burro!
_ Ah cara, foi pra isso que me trouxe? Sabe muito bem que não estou procurando namorada… Tô dando um tempo.
_ Deixa de ser gay. E além do mais, não to falando para você casar com ninguém daqui não! Custa bater um papo, curtir a noite um pouco? “Vambora”. Já paguei sua entrada.
A música até que é boa. Acendo um cigarro. Mal dou uma tragada e um funcionário me aponta o anúncio de “proibido fumar”. “Por favor senhor, ou terá que se retirar”. Ah, não queria fumar mesmo. O governo está mais que certo em proibir o tabaco. Deveria ser em todo lugar e não só lugar fechado. Olho em volta, realmente, só tem gente bonita. Mas aquela pessoa me lembra alguém… Não pode ser! A x? O que ela faz por aqui? Bem, o que eu faço por aqui!
Ela é muito mais linda do que nas fotos. E também muito… Sexy! Cada movimento, suave, doce, parece que a estou vendo em câmera lenta. Meus pés estão travados, por que não consigo ir até lá? Me sinto um adolescente, que gosta da garota da classe mas tem medo de chegar perto. “Ela não morde”, pensei. Em outras horas sobrou-me cara-de-pau. Mas com ela é diferente, sinto que posso confiar nela, mas o fato de compartilharmos tantos segredos e confissões amorosas pela internet me deixa com um pé atrás. Qual será a reação dela ao me ver pela primeira vez?
_Oi, x...
_ Oi!
A gente não falou quase nada. Apenas um “oi”, que soou não como um cumprimento, mas talvez como uma reação ao inesperado, embora tão desejado. Ficamos nos olhando, parece que cada um já sabe o que o outro quer dizer, é como se eu enxergasse através do coração dela e ela do meu.
Estávamos conectados… Falo algumas coisas bonitas, ela retribui, trocamos elogios. Em nenhum momento mencionamos o espanto de nos termos encontrado por acaso. Adoramos isso tudo, torcendo para o tempo passar devagar. Mesmo sendo a primeira vista, nos conhecíamos, nos amávamos.
Então nos beijamos… De um jeito que eu nunca senti antes. Intenso! Sensual… E apaixonado. Parece que não tem mais nada à nossa volta. Mas ouço uma voz familiar dizer alto:
_ Pra quem não queria vir!

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